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Ambientes de desktop e gerenciadores de janela
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- Pedro Martins Pereira
- @AbstracaoL
Ambientes de desktop VS gerenciadores de janela
Exlcuindo o uso de servidores, a maior parte dos sistemas operacionais contemporâneos, sejam Unix como Linux, BSD, Solaris e OS X ou não Unix, como, Windows, fazem uso de algum tipo de interface gráfica. Intefaces gráficas podem ser grosseiramente divididas em duas categorias: ambientes de desktop (os quais incluem gerenciadores de janela) e gerenciadores de janela (de forma pŕopria). Entretanto, dado que Windows e OS X, os quais combinados detém 88,96% do mercado de computadores pessoais, vem por padrão com ambientes de desktop, esta é a forma amplamente predominante pela qual usuários interagem com computadores.
Um ambiente de desktop, abreviado muitas vezes em inglês como (DE) é uma implementação da metáfora do desktop feita através de um conjunto de programas compartilhando uma mesma Interface Gráfica do Utilizador (Graphical User Interface, GUI).
Vamos passar rapidamente pela metáfora do desktop:
Embora seja traduzido "oficialmente" para escritório "mesa de trabalho" captura melhor a analogia pretendida pela metafóra. Metáfora essa que estabelece que a interface do computador deve tratar o monitor como se fosse uma mesa de trabalho física, onde podemos colocar objetos como documentos e organizar esses documentos em pastas, por exemplo. Um documento pode ser aberto em uma janela representando uma instância impressa daquele documento colocada sobre a mesa. Desktops incorporam também aplicações simples, chamadas acessórios. Os exemplos mais comuns de acessórios são calculadoras e blocos de notas.
Gerenciadores de janela (window managers, WM), por outro lado, são um software do sistema que controla a posição e apraência das janelas em uma interface gráfica que trabalha com janelas. Isso e mais nada, sem acessórios. Como já apontado anteriormente, ambientes de desktop usualmente possuem gerenciadores de janela em seus componentes, mas o que nos interessa aqui é o uso de gerenciadores de janela sem ambientes de desktop.
Por quê gerenciadores de janela sem ambientes de desktop?
A maior vantagem da utilização de um gerenciador de janelas puro e simples é a liberdade de escolha dos componentes do sistema, possibilitando ao usuário que escolha seus softwares prediletos para cumprir cada função, assim como o 'debloat', ou diminuição do inchaço do sistema. Por exemplo, ao fazer uma instalação padrão do Gnome no linux temos o "eye of gnome" como visualizador de imagens, evince como leitor de pdfs, gedit como editor de texto e o epiphany como browser, apenas para citar alguns exemplos. Pessoalmente, eu prefiro utilizar o Zathura como leitor de pdfs, feh como visualizador de imagens e vim como editor de texto. Logo ao instalar o ambiente Gnome tenho, imediatamente que desinstalar software que não desejo utilizar, substituindo por aquilo que prefiro. Em alguns casos mais dramáticos ainda, como gnome-weather, preciso desinstalar uma aplicação completamente, já que ela me é inútil·
Utilizar um gerenciador de janelas próprio evita esses problemas. Além disso, a maior parte dos ambientes de desktop utiliza gerenciadores de janela flutuante, enquanto a maioria dos gerenciadores de janela propriamente ditos fazem uso de janelas organizadas em mosaico. Esse é possivelmente o segundo maior benefício para aqueles que apreciam gerenciadores de janela no lugar de ambietnes de desktop.
Gerenciadores de janelas flutuante VS em mosaico
Gerenciadores de janelas podem ser classificados em três tipos:
Flutuantes ou em Pilha (floating/stacking): este tipo se assemelha a papéis sobre uma mesa, uma janela pode ser arrastada e janelas podem ser sobrepostas. Não vou entrar em detalhes, porque representam a experiência padrão em sistemas operacionais como OS X e Windows.
Em Mosaico (tiling): nesse caso as janelas ficam organizadas em "quadros" ou "mosaicos", de forma que não há sobreposição de duas janelas. Geralmente dependem majoritariamente do teclado, minimizando o uso do mouse. A organização dos mosaicos pode ser manual, pré-definida ou ambos.
Dinâmicos (dynamic): podem alternar dinamicamente entre flutuante e mosaico.
OS X com seu gerenciador de janelas flutuante.
Meu computador pessoal utilizando o gerenciador dinâmico DWM.
Conclusão
A preferência por gerenciadores que sejam em mosaico ou dinâmicos não é pelo aspecto de mosaico em si, mas porque esses gerenciadores são geralmente controlados por atalhos, os quais podem ser amplamente costumizados pelo usuário. Se considerarmos que a maior parte desses gerenciadores não vem com o inchaço (bloat) de um ambiente de desktop, entendemos porque são uma opção tão popular entre Power Users.
No próximo artigo mostrarei como instalar e configurar um gerenciador de janelas muito poderoso e minimalista conhecido como DWM. Também compartilharei minha configuração pessoal.
Referências
- https://wiki.archlinux.org/title/desktop_environment
- https://wiki.archlinux.org/title/window_manager
- https://gs.statcounter.com/os-market-share/desktop/worldwide
- https://archlinux.org/packages/extra/x86_64/gnome-desktop/